POSTOS




 Portarias INMETRO - Proibe o uso de aparelhos com mercúrio nos postos de combustíveis de todo território nacional

Prezados (as) amigos (as)
O trabalho que desenvolvemos junto ao MPT, SINCOPETRO, INMETRO e à ANP - Agencia Nacional do Petróleo culminou com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) das Portarias abaixo especificadas, e conseqüente eliminação do uso de aparelhos com mercúrio nos postos de combustíveis de todo território nacional. As referidas Portarias proíbem o uso de mercúrio em termômetro para álcool e petróleo Tipo I de divisão 0,5 ºC.
É uma grande satisfação saber que esta fonte antropogênica de mercúrio está sendo abolida definitivamente.
Cecília Zavariz
Portaria INMETRO / MDIC número 441 de 23/11/2011
Data do DOU: 24/11/2011 , Seção 01, página n°  106
Altera subitens do RTM a que se refere à Portaria Inmetro n.º 071/2003 sobre termômetros de líquido em vidro (TLV) utilizados na medição da temperatura do petróleo e seus derivados líquidos.
Parte superior do formulário

Portaria INMETRO / MDIC número 442 de 23/11/2011
Data do DOU: 24/11/2011 , Seção 01, página n°  106

========================================================================
CONTAMINAÇÕES AMBIENTAIS PROVOCADAS PELO BENZENO EXISTENTE NA GASOLINA AUTOMOTIVA



Edson Ferreira da Silva, edsonquimico@ig.com.br
Fernando B. Mainier, mainier@nitnet.com.br
Universidade Federal Fluminense, Escola de Engenharia,
Rua Passo da Pátria, 156, São Domingos, Niterói, RJ, 24-220.2000

RESUMO

O benzeno (C6H6) é um hidrocarboneto, estável, de odor agradável, bastante tóxico, podendo lesar células sanguíneas e causar câncer. É utilizado como matéria prima na obtenção de vários produtos (tintas, ceras, lubrificantes, etc.), intermediários químicos e, também, é encontrado na gasolina automotiva. Traços de benzeno podem ser encontrados no ar, nos alimentos, na água e no solo. Nas grandes cidades cerca de 82 % desta contribuição é proveniente da gasolina automotiva. Os vazamentos e/ou derramamentos de gasolina para o solo podem contaminar os aqüíferos que constituem uma grande preocupação ambiental, principalmente, para as fontes de abastecimento de água potável. Esta preocupação está alicerçada nos 2.586 postos existentes no Estado do Rio de Janeiro e nos 10.000 a 12.0000 frentistas que trabalham nestes postos. As análises realizadas nas amostras de gasolina coletadas em 40 postos de gasolina, no período de janeiro a abril de 2004, aleatoriamente escolhidos revelaram que os teores de benzeno situaram-se entre 0,39 % e 1,5 % V (volume). A recente Portaria Interministerial nº 775, de 28 de abril de 2004, proíbe, em todo Território Nacional, a comercialização de produtos acabados que contenham “benzenoem sua composição, admitida, porém a presença desta substância, como agente contaminante, em percentual não superior a: 1% (em volume), até 30 de junho de 2004; 0,8 % (em volume), a partir de 1º de julho de 2004; 0,4 % (em volume), a partir de 1º de dezembro de 2005; 0,1 % (em volume), a partir de 1º de dezembro de 2007. Este artigo apresenta os resultados das análises realizadas em postos de gasolina e objetiva alertar para as contaminações de benzeno nos indivíduos e no meio ambiente.
Palavras-chaves: contaminações, meio ambiente, gasolina, benzeno, benzenismo.




1 – INTRODUÇÃO
As estatísticas oficiais da Agência Nacional de Petróleo (ANP, 2002) apontam que existiam no Brasil, no final de 2001, 32.697 Postos Revendedores de Combustível e 322 Bases Distribuidoras de Combustível englobando, respectivamente, 84,4% e 72,7% das Regiões Sudeste, Sul e Nordeste.
Este elevado número de postos revendedores de gasolina significa um risco tanto para o meio ambiente, quanto para os empregados destes postos de serviço, bem como a população circunvizinha, pois podem ocorrer acidentes sérios, como derrames de combustível durante a transferência de abastecimento dos tanques subterrâneos dos postos de gasolina, e vazamentos de combustível devido, a corrosão interna e/ou externa nos tanques subterrâneos, as falhas nas partes soldadas ou até mesmo devido aos erros operacionais de manutenção e de montagem.
Além disso, outro fato que merece uma avaliação crítica na visão ocupacional e ambiental, que passa despercebida pelo leigo, pela população em geral, é o teor de benzeno existente na gasolina automotiva. No final de 1999, a Agência Nacional de Petróleo (ANP, 1999), baixou uma portaria em que, entre outros assuntos, fixava os teores máximos de benzeno permitido na gasolina. Os teores fixados foram: 2,7 % para a gasolina A (que sai da refinaria) e 2% para a gasolina B (que chega aos postos de abastecimento com adição de álcool).
Esta Portaria aplicada pela ANP estava em desacordo com a Portaria Interministerial nº 3, de 28 de abril de 1982, do Ministério do Trabalho e Ministério de Saúde (BRASIL, 1982), quando  determina no seu artigo 1º:
Proibir, em todo o Território Nacional, a fabricação de produtos que contenham benzeno em sua composição, admitida, porém, a presença dessa substância, como agente contaminante, em percentual não-superior a 1% (um por cento), em volume”.
As controvérsias existentes quanto a liberação dos teores de benzeno acima de 1 % foram justificados, na época para impedir a importação e a venda de gasolina com teores elevados de benzeno. Dados da ANP, de 1999, apresentados pela CETESB no Seminário Estadual do Benzeno, em 2000, mostram que em São Paulo os teores de benzeno na gasolina em postos de abastecimento estavam na média em 1%.
Atualmente, diante da ação tóxica e poluente do benzeno na gasolina existem várias propostas visando sua minimização e/ou que venham no mínimo obedecer a Portaria Ministerial n° 1, de 28 de abril de 1982, do Ministério do Trabalho e Ministério de Saúde, tendo em vista, que o benzeno pode fazer parte de uma série de produtos colocados à disposição da população como solventes, tintas, graxas, removedores, etc.
Diante destes fatos, de uma maneira geral, as substâncias químicas com potenciais de risco de acidentes químicos podem ser classificadas em função dos seguintes parâmetros:
·             propriedades físico-químicas;
·             toxidez;
·             diversidade de aplicação;
·             volume e concentração dos reagentes, aditivos e outros produtos utilizados durante o processamento industrial, o armazenamento e o transporte.

Segundo Mitchell (1996), grande parte da literatura técnica, quando ocorre um acidente tecnológico de grande porte, enfoca a repercussão na mídia, estima as perdas, identifica as causas e até desenvolve planos de intervenção no processo. Entretanto, poucos se preocupam e reexaminam o desastre tecnológico ocorrido após semanas e meses, e são extremamente raras as pesquisas que voltam a reexaminar o problema e as conseqüências da contaminação ambiental após 5, 10, 20 e 50 anos.

2 – OCORRÊNCIA DO BENZENO NA SOCIEDADE
O benzeno é representado pela fórmula molecular, C6H6, é um líquido volátil, estável e incolor. Tem o odor característico dos hidrocarbonetos aromáticos e um ponto de ebulição relativamente baixo. É altamente inflamável. É pouco solúvel em água, mas miscível com a maior parte dos solventes orgânicos. Algumas propriedades físico-químicas são apresentadas, a seguir, na tabela I.
É conhecido comercialmente com o nome de benzol, que é uma mistura de benzeno com outros hidrocarbonetos aromáticos (tolueno e xileno). Não deve ser confundido com benzina, um solvente comercial, constituído de uma mistura heterogênea de vários hidrocarbonetos alifáticos (pentano, hexano, heptano) e aromáticos (tolueno, xileno e pequenas quantidades de benzeno).

Tabela I– Propriedades físico-químicas do benzeno
Propriedades
Valor
Notas
Ponto de Ebulição
80,1 °C
Mais baixo do que a água
Ponto de Fusão
5 °C
Mais alto que a água
Massa específica
0,8 g/cm3,(20 °C)
Sobrenadante na água
Pressão de vapor
10 kPa,  (25 °C)
Forte tendência a evaporar no ar
Tempo médio de degradação no ar
0,1 a 20 dias
Degrada pela ação do sol
Inflamabilidade
Extrema
Excelente combustão

O benzeno pode ser recuperado pela destilação de óleos leves (que contem 1 a 2 % de benzeno), de condensados de gás natural (cerca de 1,5 % de benzeno) ou através da destilação destrutiva de carvão mineral (0,5 a 1 % de benzeno), entretanto, grande parte da produção industrial é proveniente de reações de hidroformação, dealquilação e reforma catalítica.
O processo de hidroformação na obtenção de benzeno consiste, essencialmente, da passagem de uma fração de petróleo juntamente com hidrogênio, aquecidos num reator catalítico sobre leito de catalisador de óxido de molibdênio, a temperatura de 480-550°C e sob pressão 7 a 20 atmosferas.
O processo de reforma catalítica converte uma corrente de alcanos e cicloalcanos em compostos aromáticos (particularmente, em benzeno, tolueno e xileno), num reator catalítico com catalisador de alumina contendo platina e ródio, onde a temperatura é mantida na faixa de 420-500°C.
O processo de dealquilação consiste, essencialmente, no tratamento de correntes ricas em tolueno e xileno, que passando por leito de catalisadores de óxido de cromo-alumina, a 550-620 °C e sob pressões de 35 a 80 atm, transforma-se em benzeno.
O benzeno é utilizado como matéria prima na obtenção de vários produtos ou intermediários químicos conforme mostra o perfil de produção industrial: etilbenzeno (52 %), cumeno (20 %), ciclohexano (13 %), nitrobenzeno (9 %), alquilbezeno (3 %), clorobenzeno (1 %), anidrido maleico e outros produtos similares. O benzeno também é encontrado na formulação de tintas, ceras, lubrificantes, misturas de solventes, agrotóxicos, detergentes, borrachas, graxas, resinas, etc. No setor sucroalcooleiro, o benzeno é utilizado para a produção do álcool anidro. Além disso, pode ser encontrado em alguns petróleos e na própria gasolina automotiva.
A gasolina automotiva é uma mistura complexa, constituída de hidrocarbonetos parafínicos, olefínicos, naftênicos e aromáticos, variando de quatro a doze átomos de carbono. O percentual da mistura final destes hidrocarbonetos depende, direto ou indiretamente, da procedência dos petróleos, das correntes de produtos e subprodutos que circulam numa refinaria e do vários processos de refino. Com relação aos compostos aromáticos estão incluídos, principalmente, os compostos denominados BTEX, que compreendem benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno.
Visando atender aos requisitos de desempenho dos motores automotivos, os diversos tipos gasolinas que saem das refinarias são constituídos de misturas, criteriosamente, balanceadas nos diversos tipos de hidrocarbonetos, cujos pontos de ebulição variam de 35 °C a 225°C. Além disso, também são adicionados alguns produtos, como álcool anidro, benzeno e aditivos específicos.
Em relação ao benzeno, objeto deste estudo, sua presença na gasolina pode ser originária da adição voluntária para conferir propriedades específicas de desempenho, bem como, sua presença e percentual pode advir das diversas correntes de hidrocarbonetos aromáticos que alimentam o processo de refino e também correntes provenientes de condensados de gás natural, que contém cerca de 1,5 % (em massa) de hidrocarbonetos aromáticos. Diante destes vários fatores, a gasolina automotiva fabricada no Brasil deve atender especificações técnicas e as adições de álcool são realizadas no momento que a gasolina é bombeada para os caminhões-tanques.
As refinarias de petróleo brasileiras afirmam que o teor máximo de benzeno presente nas gasolinas que saem das refinarias é de 1%, conforme mostram os recortes de especificações técnicas apresentadas nas tabelas II.

Tabela II – Recorte de composição química de gasolina automotiva


3 – OS EFEITOS NOCIVOS DO BENZENO (BENZENISMO)

O benzeno (C6H6) é altamente volátil e por ser muito lipossolúvel, é rapidamente absorvida pela via respiratória ao ser inalado. Devido a grande afinidade por gordura, o benzeno é armazenado em tecidos ricos em gorduras, como o sistema nervoso central e a medula óssea. Cerca de 50% do total do benzeno inalado são absorvidos, sendo que cerca de 10 a 50% são eliminados pela urina. O efeito agudo na via respiratória prova a irritação nos brônquios e na laringe, surgindo, conseqüentemente tosse, rouquidão e edema pulmonar.
Por outro lado, o benzeno atua predominantemente sobre o sistema nervoso central como depressor, levando ao aparecimento de fadiga, dor de cabeça, tonteiras, convulsão, perda da consciência e morte em conseqüência de parada respiratória. O benzeno predispõe a arritmias cardíacas graves, como a fibrilação ventricular, devido à sensibilização do miocárdio.
O benzeno pode provocar depressão generalizada na medula óssea onde o sangue é produzido, que se manifesta pela redução da contagem de todos os tipos de células sangüíneas: células vermelhas, brancas e plaquetas. Há relação causal comprovada entre exposição ao benzeno e ocorrência de Leucemia. A Leucemia mais comum relacionada ao benzeno é a Leucemia Mielóide Aguda e suas variações, entre elas a Eritroleucemia e a Leucemia Mielomonocítica.
Considerando a concentração individual de exposição ao risco de câncer ocupacional segundo os índices de exposição atmosférica ao benzeno são apresentados na tabela III, a seguir.


      Tabela III - Efeitos nocivos do benzeno nos seres humanos(American Petroleum Institute)

Concentração de vapores de benzeno (ppm)
Tempo de exposição
Ocorrência
25
8 horas
Nenhuma
50 - 100
6 horas
Leve sonolência e dor de cabeça leve
500
1 hora
Sintomas de toxicidade aguda
7.000
30 min
Perigoso para a vida, efeitos depressores.
20.000
5 min
Morte


4 – CONTAMINAÇÕES PROVOCADAS PELO BENZENO

Traços de benzeno podem ser encontrados no ar, nos alimentos, na água e no solo. Nas grandes cidades, 82 % desta contribuição é proveniente da gasolina automotiva, 14 % tem como origem as atividades industriais e o restante (4 %) são considerados como atividades diversas. No Canadá, monitoramentos realizados do teor de benzeno na gasolina mostraram uma redução significativa, pois, em 1994 eram da ordem de 1,6% (em massa) e atualmente é de 0,6% (massa). Conseqüentemente esta redução de benzeno na gasolina resultou na redução do teor médio no ar, que passou de 3,5 µg/m3 a 1 µg/m3.
Desde 2000, os órgãos ambientais do Japão têm se esforçado na redução da concentração de 1 % (em volume) atualmente existente na gasolina automotiva, visando manter os níveis inferiores a 3 µg/m3 no ar atmosférico. As pesquisas realizadas mostram uma redução de 22 a 25 % de benzeno no ar (KAJIHARA et alli, 2003).
Trabalhos de pesquisas relatados por GIODA & AQUINO NETO (2003) e LEITE et. alli. (1998) mostram que os níveis de benzeno em escritórios do Rio de Janeiro foram da ordem de 24 µg/m3, enquanto no ar urbano o valor médio foi de 8 µg/m3. Tais trabalhos atestam outras pesquisas quando afirmam que os recintos fechados podem ter elevados níveis de benzeno, maiores do que no ar livre, principalmente, quando são manuseados tintas, colas, ceras e outros produtos similares.
Pesquisas comparativas de residências localizadas em áreas rurais e urbanas,  mostraram   valores  médios, respectivamente, de  0,9 µg/m3  e  4,4 µg/m3. A presença de benzeno nas fumaças dos cigarros, conseqüentemente, aumenta estes índices, expondo os fumantes e não fumantes a uma contaminação direta (WALLACE et. alli, 1987).
Os vazamentos e/ou derramamentos de gasolina para o solo e conseqüentemente a contaminação dos aqüíferos constituem uma grande preocupação ambiental, principalmente, para as fontes de abastecimento de água potável. Grande parte dos constituintes da gasolina é pouco solúvel em água, tal fato indica que parcialmente a gasolina ficará impregnada no solo sob a forma líquida.
Grande parte dos constituintes da gasolina é pouco solúvel em água, tal fato indica que parcialmente a gasolina ficará impregnada no solo sob a forma líquida. Os principais contaminantes das águas subterrâneas são os compostos aromáticos, os hidrocarbonetos oxigenados, os íons metálicos, os microorganismos e os compostos nitrogenados. Os maiores problemas de contaminação são atribuídos aos hidrocarbonetos monoaromáticos se deve ao fato de que são os constituintes mais solúveis e mais móveis da fração da gasolina.
Segundo Azevedo (1977), a extrema solubilidade destes compostos determina uma disponibilidade maior e imediata para os seres vivos, além de dificultar outros processos de remoção como a volatilização e a associação como o material particulado. A volatilização é o mecanismo de transporte de um composto da fase líquida para a fase vapor. Este fenômeno é particularmente importante para o estudo do comportamento de compostos orgânicos de baixa solubilidade e alta pressão de vapor.
O processo de volatilização age com rapidez, e dependendo de conduções locais, pode-se esperar que 24 após o derramamento num corpo d’água, a volatilização seja responsável pela remoção quase total dos compostos aromáticos de elevada toxidade aguda para os organismos aquáticos presentes nos derivados de petróleo
Em relação as contaminações ambientais, pesquisas realizadas e as notícias apresentadas na mídia mostram que análises cromatográficas de amostras retiradas de solos e de aqüíferos junto de postos de gasolina têm mostrado elevados teores de benzeno (ODERMATT, 1994; KAMRIN, 2003).

5 –ANÁLISES DE GASOLINA AUTOMOTIVA COLETADAS EM POSTOS DE GASOLINA LOCALIZADOS NO RIO DE JANEIRO

Atualmente, existem cerca de 2.586 postos no Rio de Janeiro (ANP, 2004) respondendo com 150.000 m3 (10% do total movimentado no país). Estima-se que o número de frentistas que trabalham no Rio de Janeiro esteja na ordem de 10.000 a 12.0000.
Visando, uma primeira avaliação do teor de benzeno na gasolina automotiva, vendida no Estado do Rio de Janeiro, no período de janeiro a abril de 2004, foram selecionados, aleatoriamente, 40 postos revendedoras de gasolina em função das regiões apresentadas no mapa da fig. 1.

Fig.1 – Regiões onde foram coletadas amostras de gasolina


As análises químicas de benzeno foram realizadas no equipamento portátil GS-1000 (fig.2), que utiliza uma sofisticada tecnologia de infravermelho com precisão de ± 0,01%. O tolueno e o xileno também foram determinados para comparações futuras e para garantir a rastreabilidade dos resultados utilizou-se, previamente, como padrões de análise 30 amostras de gasolina com certificados de análise, de acordo com a norma ASTM D-6277 (ASTM, 2002).


















Fig. 2– Analisador GS 1000 para determinação do teor de benzeno

As análises realizadas nas amostras de gasolina revelaram que os teores de benzeno situaram-se entre 0,39 % V (volume) e 1,5 % V, enquanto, os teores de xileno e tolueno, foram, respectivamente de: 0,40 %V  a  1,3 %V   e    0,13 %V a  0,8 %V. conforme mostra o gráfico da fig.3




Fig. 3 – Teor de benzeno, xileno e tolueno em 40 postos de gasolina de:


6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A intoxicação pelo benzeno ou benzenismo é o conjunto de manifestações clínicas e/ou sinais laboratoriais compatíveis com os efeitos da exposição ao benzeno em trabalhadores de empresas que o produzem, transformem, distribuem, manuseiem ou consumam (BRASIL, 1993).
A exposição prolongada ao benzeno provoca diversos efeitos no organismo humano, destacando-se entre eles a mielotoxidade, a genotoxidade e a sua ação carcinogênica. São conhecidos, ainda, efeitos sobre diversos órgãos como sistema nervoso central, e os sistemas endócrino e imunológico. No entanto, não existem sinais ou sintomas típicos da intoxicação crônica pelo benzeno. As manifestações neurológicas são leves e bem toleradas. Pode ocorrer, também, toxicidade hepática e renal, mas os efeitos sobre o sistema sangüíneo são os mais importantes (SNYDER et alli.,1977; AKSOI, 1985).
O efeito mais grave do benzeno sobre a medula óssea é a sua depressão generalizada que se manifesta como redução de eritrócitos, granulócitos, trombócitos, linfócitos e monócitos. A neutropenia e a leucopenia tem sido os sinais de efeito observados com mais freqüência entre os trabalhadores expostos ao benzeno. Também são sinais hematológicos de efeito as alterações qualitativas nas células sanguíneas tais como macrocitose, pontilhado basófilo, diminuição da segmentação dos neutrófilos e presença de microplaquetas.
Considerando a concentração individual de exposição e ao risco de câncer ocupacional segundo os índices de exposição atmosférica ao benzeno são apresentados na Tabela IV.

Tabela IV – Riscos de contaminação com benzeno ( U.S.EPA., 1991)

Indicadores
Exposição atmosférica (ppm)
8,0
4,0
2,3
1,0
Concentração individual (mg/m3)
25,6
10,07
8,00
0,25
Casos de câncer
720*
48**
30**
60**
Risco
2 x10-2
8 x10-3
5 x10-3
2 x10-3
Considerações: * 36.000 trabalhadores expostos; ** 6.000 trabalhadores em indústrias siderúrgicas; *** 30.000 trabalhadores em indústrias químicas, petroleira e petroquímica.
       

O aumento do Volume Corpuscular Médio (VCM) e a linfocitopenia tem sido consideradas alterações precoces do benzenismo.
É importante assinalar, ainda, querelação causal comprovada entre a exposição ao benzeno e a ocorrência de leucemia, especialmente a leucemia mielóide aguda e suas variações, entre elas a eritroleucemia e a leucemia mielomonocítica.
Os sinais e sintomas foram observados a partir de dados de entrevistas realizadas com trabalhadores nos quarentas postos de gasolina distribuídos em oito regiões do Estado do Rio de Janeiro. Do total de trabalhadores entrevistados ficou evidenciado os seguintes sintomas de alterações hematológicas do tipo: baixa resistência (53%), estomatite (28%), gengivite (33%). Também foram observados sintomas de alterações comportamentais como fadiga e falta de memória. Entretanto, nem sempre esses sintomas e sinais neurocomportamentais da exposição ao benzeno têm sido valorizados, causando equívocos no diagnóstico e tratamento médico.
Os frentistas e os gerentes dos postos de gasolina estão expostos aos riscos de contaminação de benzeno em função das seguintes operações: drenagem de bombas, abastecimento de veículos, medições de tanques subterrâneos, amostragem e análise de gasolina.
O princípio da melhoria contínua parte do reconhecimento de que o benzeno é uma substância comprovadamente carcinogênica, para a qual não existe limite seguro de exposição. Todos os esforços devem ser realizados, continuamente, no sentido de buscar a tecnologia mais adequada para evitar a exposição do trabalhador ao benzeno
 Caso este procedimento não seja viável, como é o caso do benzeno devido sua grande aplicação industrial, o risco associado à exposição a estes agentes deve ser gerenciado de forma a reduzir a exposição a valores tão baixos quanto praticáveis e os níveis ambientais aos níveis mais baixos tecnologicamente possíveis (IPCS, 1994).
Em relação aos teores de benzeno presente na gasolina automotiva produzida no Brasil, a recente Portaria Interministerial nº 775 (BRASIL, 2004), de 28 de abril de 2004, proíbe, em todo Território Nacional, a comercialização de produtos acabados que contenham “benzenoem sua composição, admitida, porém a presença desta substância, como agente contaminante, em percentual não superior a:
a)      1% (em volume), até 30 de junho de 2004;
b)      0,8 % (em volume), a partir de 1º de julho de 2004;
c)      0,4 % (em volume), a partir de 1º de dezembro de 2005;
d)     0,1 % (em volume), a partir de 1º de dezembro de 2007;
Além disso, o art. 2 %, estabelece a obrigatoriedade de que o rótulo de qualquer produto acabado que contenha mais de 0,01 % (em volume), em benzeno, deve indicar a presença e a concentração máxima deste aromático.

6 – CONCLUSÕES

            Com base no exposto conclui-se que:

·         A intoxicação pelo benzeno ou benzenismo, conjunto de manifestações clínicas e/ou sinais laboratoriais compatíveis com os efeitos da exposição ao benzeno em trabalhadores de empresas que o produzem, transformem, distribuem, manuseiem ou consumam, causam nos seres humanos, dependendo das concentrações, seqüelas irreparáveis ou até a morte;
·         As análises químicas de benzeno realizadas, aleatoriamente, em gasolinas automotivas coletadas nos postos de revenda, revelaram que os teores variaram de 0,39 % V e 1,5 % V (volume);
·         Os teores de benzeno superiores a 1%, em volume, representam, direta e indiretamente, uma violação de normas de especificação de produtos e um desrespeito a responsabilidade social;
·         Nas entrevistas realizadas com trabalhadores de postos de gasolina ficaram evidenciados alguns sintomas de alterações hematológicas, tais como: baixa resistência, estomatite e gengivite. Além disso, também foram observados sintomas de alterações comportamentais como fadiga e falta de memória;
·         Finalmente, é fundamental a necessidade de construir a consciência técnica crítica nos processos industriais visando a remoção de benzeno com base nos critérios de alteração de produtos, qualidade de vida e preservação ambiental;

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AKSOY, M. “Malignancies due to occupational exposure to benzene.” American Journal Ind. Med., 7, p.395-402, 1985.
ANP, Agência Nacional de Petróleo, 2002, http://www.anp.gov.br
ANP, Agência Nacional de Petróleo, 2004, http://www.anp.gov.br
ASTM, ASTM D-6277, Test method for determination of benzene in spark-ignition engine fuels using mid infrared spectroscopy, 2002
AZEVEDO, L.A. “Relatório ParcialAnálise de risco ambiental”, HABTEC – Engenharia Sanitária Ambiental, 1977
BRASIL. Ministério da Previdência Social (MPS). “Benzenismo: norma técnica sobre intoxicação ao benzeno”. Brasília: MPS, INSS, 1993. 28 p.
COSTA, M.F.B & COSTA, M. A .;Exposição ocupacional a compostos orgânicos voláteis na indústria naval”, Química Nova, Vol. 25, No. 3, p.384-386, 2002.
GIODA, A. & AQUINO NETO, F. R, “Poluição química relacionada ao ar de interiores no Brasil, Química”. Nova, Vol. 26, No. 3, p.359-365, 2003.
IPCS - International Programmer on Chemical Safety. Assessing Human Health Risks of Chemicals: Derivation of Guidance Values for Health-based Exposure Limits. Environmental Health Criteria 170. World Health Organization, Geneva, 73 p.,1994.
KAJIHARA, H., FUSHIMI, A., NAKANISHI, J. “Verification of the effect on risk due to reduction of benzene discharge”, Chemosphere (Elsevier) 53, p.285–290, 2003
KAMRIN, M.A. “Handling and underground storage of fuels”, http://hermes.ecn.purdue.edu/, 2003.
LEITE, F.; BRICKUS, L. S. R.; COSTA, M. F. B.; MOREIRA, J. C.; AQUINO NETO, F. R.; International Conference On Environment and Occupational Cancer in Developing Countries, Rio de Janeiro, 1998.
MITCHELL, JAMES K. “The long road to recovery: Community responses of industrial disaster”. New York: The United Nations University, 1996.
ODERMATT, J.R.  “Natural chromatographic separation of benzene, toluene, ethylbenzene and xylenes (BTEX compounds) in a gasoline contaminated ground water aquifer”, Pergamon, Org. Geochem. Vol. 21, No. 10/11, p. 1141-1150, 1994.
SNYDER, R.; LEE, E.W.; KOCSIS, J.J. & WITMER, C.M. - Bone marrow depressant and leukemogenic actions of benzene. Life Sci., 21, 1709-1721, 1977
WALLACE, L.E.; HARTWELL, T.D.; PERRITT, R.; ZIEGENFUS, R.Exposures to Benzene and Other Volatile Organic Compounds from Active and Passive Smoking”. Archives of Environmental Health, Vol. 42, No. 5, pp. 272-279, 1987.


++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++


REUNIÂO DA SUBCOMISSÃO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS RIO DE JANEIRO 


  A subcomissão de postos de combustíveis irá se reunir nos dias 27 e 28/09 no RJ, e nos dias 27, 28 e 29/09 irá ocorrer o V Encontro Nacional da RENAST em Brasília. 


+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Audiências Públicas discutem relações de trabalho, saúde, segurança e meio ambiente do trabalho nos postos de combustíveis

Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis do Estado da Bahia (SINPOSBA) tem como princípio a defesa do salário justo que atenda as necessidade dos trabalhadores e que distribua a riqueza gerada pelo trabalho,a prevenção e eliminação de acidentes e riscos do trabalho e a luta por um ambiente do trabalho saudável que garanta a qualidade de vida dos trabalhadores em postos de revenda de combustíveis.
Para isso, o sindicato enfrenta os problemas da categoria que apesar do crescimento comercial do setor de revenda de combustíveis, ainda sofre com o não cumprimento por parte do empresariado das Normas Trabalhistas. São submetidos asprecárias condições de saúde e segurança do Trabalho. A partir daí o Sinposba demandou denuncias aos órgãos competentes como
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/BA) e ao Ministério Publico do Trabalho (MPTPRT5), gerando inspeções e Termos de Ajustamento de conduta.
Por iniciativa do Ministério Público do Trabalho(PRT5), Participação da SRTE(GRTE-nos municípios) SINPOSBA e SINDICOMBUSTíVEIS foram realizadas Audiências Publicas nas regiões Oeste,Vale do São Francisco e Sudoeste. Capitaneadas pelas respectivas Procuradorias do Trabalho nos Município(PTM): Barreiras /BA e Região: nos dias 18, 19 e 20/10/2010. Procuradora do Trabalho: DrªLuana Lima Duarte Viera Leal.
Juazeiro/Ba e Região: no dia 05/07 deste ano. Procurador do Trabalho:Dr. José Adilson Pereira da Costa.
Vitoria da Conquista/Ba: no dia 26/07 deste ano. Procurador do Trabalho: Dr. Luiz Felipe dos Anjos.

==============================================
CEREST apresenta projeto de vigilância à saúde do trabalhador nos postos de gasolina.
 

 O Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho e Emprego,com o apoio da Prefeitura
Municipal, realizou no dia 26/07, Audiência Pública sobre Condições de Trabalho nos Postos de Combustíveis do Sudoeste da Bahia.
Na oportunidade, o Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador/CEREST,apresentou o projeto “Vigilância à Saúde do Trabalhador nos Postos de Combustíveis de Vitória da Conquista”, que tem
como objetivo principal o cuidado com a segurança e a saúde destes trabalhadores.
Durante a apresentação o médico do trabalho do CEREST, Alberto Lima, informou que o projeto terá início no mês de agosto,com intervenções de pesquisa em 22 Postos de Combustíveis, onde serão verificadas as condições relacionadas ao processo e ambiente de trabalho, além da promoção do debate entre trabalhadores e empresários sobre a saúde e segurança no trabalho.
O diretor de saúde do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da
Bahia/SINPOSBA, Lázaro Souza disse que“com este projeto nós estaremos capacitando não só os trabalhadores dos postos, mas também os trabalhadores do CEREST decada região”.
Fonte: SECOM PMVC.
Em Vitória da Conquista
Resultados
portaldotransito.com.br


===============================
O álcool que respiramos

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Audiência Pública discute a saúde no trabalho dos frentistas
Saúde
26-07-2011 - 12:34h

Audiência Pública discute a saúde no trabalho dos frentistas
Por Arthur Garcia


Os palestrantes discutiram uma forma de minimizar os problemas de saúde dos frentistas. Foto: Zé Silva
Foi realizada na manhã desta terça (26) uma audiência pública para tratar as condições de trabalho nos postos de combustíveis do sudoeste baiano. Promovida

Luiz Felipe dos Anjos, Procurador do Ministério Público do Trabalho. Foto: Zé Silva
pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a audiência foi feita na Câmara de Vereadores e foi conduzida pelo procurador do MPT, Luiz Felipe dos Anjos, em parceria com a Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Vitória da Conquista.
O Procurador Chefe substituto do Ministério Público do Trabalho, Pacífico Luz Rocha, afirma que o objetivo da audiência é melhorar as condições de saúde e segurança dos trabalhadores que exercem suas atividades nos postos de combustíveis. “Nós vamos analisar quais são os riscos que estes trabalhadores estão correndo e tomaremos medidas que serão discutidas conjuntamente para se precaver em relação a esses riscos”, diz Pacífico.

Lázaro, Diretor de Saúde do Sinposba. Foto: Zé Silva

Para o Diretor de Saúde do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba), Lázaro, no Brasil todo há um grande debate em relação à saúde dos frentistas. “Esses trabalhadores tem hoje uma subcomissão dentro da Comissão Nacional Permenente do Benzeno (CNPBz) para discutir o risco químico que eles correm. Entendemos que os proprietários de posto têm que ter um programa de risco ambiental que corresponda com a realidade”, conta Lázaro.
Após a audiência, existe a intenção de construir uma pauta mínima, através de uma proposta de termo de ajustamento de conduta e apresentar para os postos. Aqueles que não se adequarem sofrerão uma fiscalização mais forte. Segundo o procurador Luiz Felipe, ainda há postos de combustível que não estão tratando tão bem os seus trabalhadores. “Trouxemos especialistas para debater e chegar a uma pauta mínima para ser aplicada em todos os postos da região sudoeste. Essa discussão será ligada a alta toxicidade dos componentes dos combustíveis, principalmente o benzeno, que podem causar problemas sérios, principalmente no cérebro. Será debatida aqui entre os palestrantes uma forma de minimizar esses problemas”, afirma.

Várias pessoas compareceram na audiência. Foto: Zé Silva
© 2011 VC - O Site da Cidade. O conteúdo aqui publicado é de propriedade exclusiva deste site. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem prévia autorização legal, exceto para fins de remissão ou citação de forma a não caracterizar violação do direito autoral, sob pena de processo civil e/ou criminal.
tags: audiência pública, frentistas, MPT, Sinposba
TEMAS ESCLARECEDORES PARA TRABALHADORES DE POSTOS DE GASOLINA , EXPOSTOS A VAPORES QUE EXALAM BENZENO.

 Sindicato reivindica a postos segurança para frentistas contra intoxicação
O presidente do Sinpospetro/MS (Sindicato dos Empregados em Postos de Serviço de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de MS), Gilson da Silva Sá, cobrou que os postos de combustíveis do Estado viabilizem maior segurança no trabalho aos mais de 5 mil empregados do setor para evitar contaminação por produtos químicos liberados pelos combustíveis, especialmente, o benzeno.

Segundo o Sindicato, a intoxicação pelo benzeno foi responsável pela morte do frentista Gilberto Filiu, em junho do ano passado em Dourados, conforme confirmou atestado médico.

De acordo com trecho do atestado, divulgado pelo Sinpospetro, “o paciente Gilberto Filiu apresentou exposição ocupacional ao benzeno durante 29 anos e está em acompanhamento médico neste serviço e em serviço médico especializado devido à insuficiência hepática, agravada pela intoxicação crônica ao benzeno (benzenismo). Em decorrência da patologia, apresenta ainda distúrbio plaquetário, hemocromatose e humor deprimido. Deverá permanecer afastado da exposição ao benzeno para diminuir o risco de agravamento do quadro clínico atual e de desenvolvimento de neoplasias”.

“Precisamos avançar nos quesitos proteção e segurança de nossos companheiros que trabalham nesses ambientes onde correm risco de contaminação”, argumentou Gilson Sá.

A entidade afirma que tem solicitado apoio do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego em Mato Grosso do Sul) para orientar os empresários do ramo quanto ao problema.

O Sinpospetro ainda acusa os donos de postos de combustíveis de descumprir “acordos e legislações vigentes”, como seguro de vida e ausência de providências para que o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais analise, detalhada e corretamente, os riscos aos quais estão expostos os trabalhadores.

Sá cobra ainda que os empresários façam orientação efetiva aos empregados em como proceder para evitar acidentes de trabalho e doenças profissionais, com especial atenção para Medidas Preventivas de exposição ao Benzeno, nas operações de Descarregamento de Combustíveis, bem como na medição de volume de tanques.

Do outro lado, o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul) afirmou que vai se interar do assunto antes de se pronunciar.
Fonte: Fabiano Arruda - Campo Grande news


Audiência Pública
Terça-feira 26 de julho/2011

Horário: 8 horas
Local: Câmara Municipal de Vitória da Conquista
(Rua Coronel Gugé, 151, Centro, Vitória da Conquista)

 Audiência pública discute condições de trabalho nos postos de combustíveis do sudoeste baiano
 As condições de trabalho nos postos de combustíveis do sudoeste baiano serão tema de debate na audiência promovida pelo Ministério Público do Trabalho, a ser realizada no próximo dia 26 de julho, às 8 horas, na Câmara Municipal de Vitória da Conquista. Conduzido pelo procurador do MPT Luiz Felipe dos Anjos de Melo Costa, em parceria com a Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Vitória da Conquista, o encontro  traz na pauta aspectos ligados à segurança e saúde do trabalhador dos postos, assim como o cumprimento dos deveres trabalhistas dos empregadores.

 Submetidos a riscos resultantes da exposição à gasolina, álcool, gás veicular e derivados de petróleo, todos causadores de alterações orgânicas, os trabalhadores conhecidos como frentistas podem apresentar problemas como comprometimento hepático, secura nos olhos ou até alterações neurológicas, conforme estudo recente realizado pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência em Infectologia da UFPE (Nepai/Recife).


 Para discutir a questão, estão confirmados na audiência pública representantes do Ministério Público do Trabalho, Fórum Estadual de Proteção ao Meio Ambiente do Trabalho na Bahia – Forumat, GRTE/ Vitória da Conquista, Cesat, Sinposba (sindicato dos trabalhadores de postos), Sindicombustíveis (sindicato patronal) e categorias afins ao tema.

 lázaro Souza
 gtbenzenopostodegasolina@yahoogrupos.com.br

Campanha Completar o tanque até o automático- SINPOSBA





Cientista identifica "assinatura" do etanol e poluentes emitidos por biocombustíveis

Cesar Baima
Há décadas usado no Brasil como alternativa à gasolina, o etanol passou a fazer parte da mistura de combustíveis utilizados em vários países do mundo nos últimos anos. Com isso, aumentou a preocupação da comunidade científica internacional com os efeitos de sua queima na qualidade do ar que respiramos. Agora, Brian Giebel, estudante de graduação em química marinha e atmosférica da Universidade de Miami, criou um método capaz de identificar a "assinatura" química do álcool e outros poluentes emitidos neste processo ou dele derivados.
Em seu estudo, publicado na última edição do periódico científico "Environmental Science & Technology", Giebel demonstrou que nem todo o etanol misturado aos combustíveis é queimado, sendo lançado diretamente na atmosfera pelo escapamento dos veículos. Uma vez no ar, reações fotoquímicas transformam grande parte deste álcool em acetaldeído, um composto que se sabe capaz de provocar câncer e outras substâncias perigosas para a saúde humana e o ambiente. Giebel, no entanto, também notou que este etanol e os poluentes dele derivados têm uma proporção de isótopos de carbono 13 e 12 diferente do álcool liberado naturalmente pela maior parte dos vegetais, permitindo apontar os biocombustíveis como origem das emissões.
- De acordo com as estimativas globais de emissões, as plantas liberam três vezes mais etanol do que as fontes feitas pelo homem - diz Giebel. - Mas, se a quantidade de etanol usada nos combustíveis continuar a aumentar, as emissões veiculares eventualmente vão ultrapassar as naturais. Isso é particularmente importante nas áreas urbanas, já que a maior parte do etanol na atmosfera é convertida em acetaldeído, composto altamente reativo e considerado tóxico para a saúde humana.
Método também poderá ser usado no Brasil
Embora sua pesquisa tenha se focado no etanol produzido a partir do milho usado nos EUA, Giebel acredita que o método de identificação que criou poderá ser adaptado para traçar a assinatura química do álcool de cana-de-açúcar que abastece os veículos brasileiros.
- A cana-de-açúcar utiliza o mesmo tipo de caminho fotossintético que o milho para gerar seus nutrientes - lembra. - Assim, a assinatura isotópica encontrada nos combustíveis americanos deve ser muito próxima da dos brasileiros. Em outras palavras, o etanol emitido e seus derivados também devem ser muito ricos em carbono 13.
Pioneiro no uso em larga escala do álcool como combustível para veículos no mundo, o Brasil é um importante modelo para avaliar seus impactos de longo prazo na qualidade do ar. Diversos estudos pontuais já apontaram uma concentração bem maior de etanol, acetaldeído, formaldeído e outras substâncias associadas à sua queima no ar de grandes cidades do país, como Rio, São Paulo e Porto Alegre. Apesar disso, não há um monitoramento constante da presença destes poluentes no ar que respiramos, que em geral se foca em emissões mais "tradicionais", como monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio e material particulado, destaca Nelson Gouveia, professor do Departamento de Medicina Preventiva da USP:
- Só agora que o álcool está ficando mais comum fora do Brasil é que as pessoas estão começando a se preocupar com isso e há mais interesse em estudar quais são os efeitos do uso do combustível na qualidade do ar.
Segundo Giebel, as interações químicas do álcool e seus derivados na atmosfera ainda não são bem compreendidas pelos cientistas. Ele conta que estudos apontam que, em geral, o etanol permanece por entre cinco a dez dias no ar, período que pode variar devido a diversos fatores, sendo o principal a concentração de moléculas radicais oxidantes HOx na atmosfera. Estes estudos também dizem que é esta concentração, associada a variáveis como radiação solar e temperatura, que vão determinar quais substâncias tóxicas serão geradas nos processos fotoquímicos subsequentes.
- Atualmente, não está claro se o etanol por si só pode causar problemas de saúde - diz. - Mas sabemos que o acetaldeído é tóxico e que ele também influencia a produção de ozônio. Estudo feito em 2007 sugere que o aumento do uso do etanol vai aumentar a ocorrência de mortes e problemas respiratórios relacionados ao ozônio nos EUA.